Não
havia mais espaço quando ela entrou no deposito com o novo produto na mão.
Estavam todas as outras amostras empilhadas, amontoadas e mal ajeitadas por
todos os cantos. Umas em cimas das outras, misturadas e indentificáveis. Aliás,
muitas delas entraram ali sem nenhuma etiqueta de identificação.
Foi aí que ela parou pra pensar onde
colocaria aquela nova amostra. Não havia lugar.
Será que deveria espremer junto com outra em alguma brecha qualquer e
deixa-la lá, simplesmente parada e esquecida ou deveria, enfim, rever a
organização do lugar!? Não... Reorganizar tudo iria dar tanto trabalho!
Poderia, inclusive, ser fatal! Já havia se machucado algumas vezes tentando
fazer isso.
Mas ela simplesmente não conseguia
deixar aquele lugar sem olhar para cada coisa que estava guardada. Tanta coisa
inútil! Se perguntava por que já não tinha se livrado delas. Tentava se
justificar a si mesma: cada um deles é um
pouquinho do que eu sou. Será mesmo?
Olhava de novo o que estava em suas
mãos (também sem etiqueta). Aquilo não poderia ir direto para o lixo? Pra que coloca-lo ali dentro, a
confusão já era generalizada!!
O problema é que agora a duvida não era
só sobre o novo produto. Era sobre todo o deposito. Deveria revira-lo? Transforma-lo, reforma-lo, destruí-lo!!!??
Preferia que agora ele estivesse partido, acabado por algum motivo especifico e
identificável ao invés de toda essa
confusão que insistia em habita-lo.
Por que num momento desse qual seria a
decisão mais sábia a ser tomada? Fecha-lo para balanço? Era uma ideia viável. Saiu de cena com a caixa ainda em mãos (essa
nem entraria lá). Fechou a porta e parou por um instante. Quando será feito o balanço já é outros quinhentos. A única decisão
tomada por enquanto é que por um certo tempo nada nem ninguém entraria ali de
novo.
Um comentário:
Todos estamos em balanço.
É inevitável acentuar seu texto com os olhos, eu juro é mais forte do que eu... hauauahuahuahuahauh
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