domingo, 7 de junho de 2009

Doença do tempo

Há tanta pressão num tic-tac
Tanta ansiedade esperando a volta dos ponteiros
Tanta espera de olho no relógio
Tanto atraso empurrando o tempo
Apressando as horas
Matando os segundos
Há tanta gente pulando a cronologia
Desafiando o relógio
Querendo viver mais
vivendo menos cada minuto
e vivendo tudo em um só
Acabando o dia depois do tempo
e morrendo antes dele

Poema instantâneo

No instante que o instante passou
Virou passado
Está sacramentado e guardado
No instante que o futuro
Virou instante
Já passou
e ficou distante
No instante que o instante
for mesmo instante
Ai sim viveremos
para o instante
e cada instante