domingo, 27 de maio de 2012

Bagunça interna


É como aquele quarto bagunçado que você não consegue nem se quer ver o chão ou os móveis. Você joga tudo da cama pra cadeira e da cadeira pra cama o tempo todo, mas na verdade não é problema nenhum. Aliás, é uma solução muito cômoda. Você nem se importa que a sua carteira está jogada num canto sabe-se lá aonde e que é preciso revirar as roupas amontoadas para achar a chave na hora de sair de casa. Simplesmente vai deixando. Mas chega a hora que passa a te sufocar, que é preciso parar e tentar arrumar. E começar por onde? Se livrar do que e guardar o que em que lugar?
É assim minha bagunça interna. O pior é que ainda mais difícil fugir dela. É pior que não achar as chaves ou a carteira, é não saber o que se procura. É não saber onde está seu sonho, nem ao menos como ele é. Não saber onde se está ou para onde se quer ir. É como começar a arrumar esse quarto: por onde começar? E aí então perceber que precisa de ajuda. É não querer colocar mais ninguém na minha bagunça, mas não ter coragem de enfrentá-la sozinha. Mas quem toparia se enfiar no meio desse tumulto, segurar na minha mão e me lembrar: "você não está sozinha!" ? Aguentar altos e baixos o tempo todo, perdas, encontros, mudanças de direções e sentimentos...?
Está tudo tão confuso, misturado, perdido...dá vontade de chorar, hibernar até tudo se arrumar milagrosamente ou fugir. Mas como fugir de si mesma?
É preciso fazer uma faxina. Por mais uma vez, está na hora de tentar botar ordem na casa. Mas dessa vez eu não sei se consigo sozinha.

Um comentário:

Pâmela Rosin disse...

Começa guardando as coisas que estão pelas extremidades. Um passo de cada vez, depois nos preocupamos com o resto.