domingo, 3 de abril de 2011

O dia em que conhecemos a lua

É estranhamanete emocionante saber que o hoje será lembrado para sempre. Não somente daqui a dez, quarenta ou cem anos, mas para até os últimos dias da existência humana. Não somente por mim ou pela minha nação, mas por toda minha espécie. De diferentes modos, é claro, mas sempre será lembrado.

Por exemplo, ninguém vai lembrar como eu, como é sentir essa sensação. Não a de pisar na lua porque acredito que muitos irão ter esse prazer, mas a de ser o primeiro a fazer isso. De ser o ponto de partida. Ser a descoberta, a esperança, a curiosidade.

Daqui da lua eu vejo o nosso planeta azul. E é como se eu pudesse sentir todas essas expectativas e sentimentos de todas essas formiguinhas humanas que aí estão me esperando. Esperando por noticias, pelo fim da solidão, por objetos nunca encontrados.

Aqui na lua eu sinto que não sou só eu. Aqui eu sou a humanidade inteira. Os que me ajudaram, o que estão me "assistindo" e os que irão existir. Eu não sou mais branco, negro, catolico, protestante, asiatico ou europeu. Eu sou simplesmente humano. Sou todos vocês aqui e vocês são todos eu aí.

Nesse momento aqui na lua eu sei, eu tenho certeza, que a vida vai ser diferente no nosso planeta. Um único pé em terra firme e desconhecida vai mudar a nossa história. Um único passo que vai provar que o ser humano é capaz de fazer mais. Que mostra que nosso mundinho já não é o suficiente para nós. Queremos mais.

Queremos saber como são as outras terras, as outras rochas, os outros gases. Queremos descobrir outros seres, outras formas de vida, outras formas de enxergar a vida. Queremos não apenas a lua. Queremos o sol, as estrelas e o universo. E com o meu pé nessa terra estranha é como se agora soubessemos que podemos alcançar tudo o que queremos.

Por causa desse dia histórico, nós vamos ser capazes de mais. Vamos desenvolver mais tecnologia. Daqui um tempo conhecer outros planetas e, quem sabe, provar que não somos sozinhos.

Nossos filhos, netos w descentendes vão estudar esse momento e vão lembrar que fomos capazes e que eles são muito mais. Esse nosso sonho, que se torna realidade hoje, vai ser o impulso de muitos outros sonhos e a causa de muitas outras descobertas.

É como se hoje não fossemos só donos do nosso nariz ou do nosso mundo, é como se fossemos donos da verdade e de uma vontade de ser todos de tudo. Aqui na lua eu sinto toda essa vontade e enxergo todo esse futuro. Aqui na lua eu me sinto como Deus no universo. Mas, na verdade, eu sou só um homem na lua.

2 comentários:

Elisabeth disse...

Muito lindo e profundo o seu texto!
Aos poucos eu vou lendo todos.

CARNEIRO disse...

Oi minha querida!
Muitas vezes eu sinto que vc está no mundo da lua, e me questiono por isso, mas nuca imaginei que vc tivesse sido a primeira mulher a estar lá! hehehehe!